A proposta da solução de dois Estados para resolver o conflito no Oriente Médio incluída na declaração do Brics neste domingo (6) foi rechaçada pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi. Em seu perfil no Telegram, o chanceler iraniano disse que a divergência será registrada em uma nota à parte. O texto final da Cúpula de Líderes reafirmou o apoio “à adesão plena do Estado da Palestina às Nações Unidas no contexto do compromisso inabalável com a Solução de Dois Estados, em conformidade com o direito internacional”.
Em seu canal no Telegram, o ministro das relações Exteriores iraniano disse que “a solução de dois Estados, que vem sendo repetida há anos, não chegou a lugar nenhum”. Segundo ele, “está claro para todos que o próprio regime israelense é o maior obstáculo para sua concretização”. “É por isso que a República Islâmica do Irã expressa reservas sobre a ideia de dois Estados na declaração final dos líderes do Brics e registra suas reservas enviando uma nota”, conclui o chanceler.
O Irã ingressou como membro pleno do Brics em 2023. A ampliação do grupo acentuou divergências. Ao longo das tratativas, negociadores iranianos pressionaram para endurecer os termos de uma nota conjunta, divulgada pelo Brics há duas semanas, condenando os ataques dos Estados Unidos e de Israel a alvos militares e instalações nucleares do país.
Após a longa negociação, a declaração final dos líderes do Brics condenou os ataques militares dos Estados Unidos e de Israel a alvos no Irã. O termo é um tom acima da nota divulgada em 24 de junho que falava em “profunda preocupação” sobre a ofensiva. “Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Oriente Médio”, diz um trecho da declaração final.