O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preferiu não elaborar um longo comentário sobre a prisão de seu principal opositor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em coletiva à imprensa durante a Cúpula do G20, na África do Sul, neste domingo, 23, Lula disse confiar no que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir.
“Eu não faço comentário sobre uma decisão da Suprema Corte. A Justiça tomou uma decisão, ele foi julgado, ele teve todo direito à presunção de inocência. Foram praticamente dois anos e meio de investigação, de julgamento. A Justiça decidiu, está decidido, ele vai cumprir com a pena que a Justiça determinou. Todo mundo sabe o que ele fez”, afirmou Lula.
Um jornalista questionou o presidente sobre o que ele achava do comentário feito por Donald Trump, chefe de Executivo dos Estados Unidos, sobre a prisão de Bolsonaro. “O Trump tem que saber que somos um país soberano, o que a nossa justiça decide e o que decide aqui, tá decidido”, disse o brasileiro.
Prisão de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente neste sábado, 22, em Brasília (DF), pela Polícia Federal em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão é uma medida cautelar. Ou seja, ainda não se trata do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão à qual foi condenado no julgamento da trama golpista.
O ex-presidente, que já estava em prisão domiciliar, foi levado à sede da PF. Ele ficará em uma sala de Estado, espaço reservado para figuras de alto escalão da política. Segundo a decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar foi apresentada como um dos fatos novos para a definição da medida cautelar. Além disso, foi exposto que Bolsonaro violou sua tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado.
“O tumulto causado pela reunião ilícita de apoiadores do réu condenado tem alta possibilidade de colocar em risco a prisão domiciliar imposta e a efetividade das medidas cautelares, facilitando eventual tentativa de fuga do réu”, diz o documento com a data deste sábado.
O texto cita ainda outros apoiadores de Bolsonaro que deixaram o país para evitar o cumprimento de decisões judiciais, a exemplo dos deputados federais Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). O segundo, inclusive, foi condenado no mesmo processo que o ex-presidente e há indícios de que está nos Estados Unidos.
(Foto Agência Brasil)