Curitiba e Foz do Iguaçu – A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (29) uma operação com 12 mandados de busca e apreensão, sendo 8 em Curitiba (PR), 3 em Foz do Iguaçu (PR) e 1 em Brasília (DF) para desarticular um grupo que vendia aparelhos de acesso ilegal à TV por assinatura, conhecidos como TV Box ou Gatonet. De acordo com a PF, a organização fazia a importação, distribuição e venda de aparelhos ilegais de IPTV, e movimentou valores milionários, com alto grau de sofisticação. Além dos mandados de busca e apreensão, também foram determinadas medidas cautelares como o bloqueio de valores de até R$ 33 milhões, o sequestro de veículos e imóveis, além do bloqueio de sites utilizados para viabilizar a venda dos aparelhos ilegais.
As investigações tiveram início após denúncia de uma entidade representativa do setor de telecomunicações, que identificou a comercialização de dispositivos eletrônicos destinados à recepção indevida de sinais de TV. Constatou-se que o site era gerenciado por um casal residente na capital paranaense, que utilizava empresas de fachada para ocultar a origem ilícita dos lucros. Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Federal conseguiu mapear outro casal residente em Curitiba, bem como familiares a eles vinculados, que atuavam no mesmo ramo de comercialização, viabilizando a estrutura de vendas para todo o Brasil.
Como funcionava o esquema de venda ilegal de TV Box e Gatonet
De acordo com a PF, o fornecimento dos aparelhos era feito a partir da fronteira com o Paraguai, clandestinamente, por meio de Foz do Iguaçu (PR), sendo operado por indivíduos especializados no contrabando. Os dispositivos ingressavam no país sem o devido recolhimento de tributos, caracterizando o crime de contrabando, já que sua comercialização é proibida pela Anatel, e eram distribuídos a partir de Curitiba para consumidores em diversas regiões do país. A Polícia Federal identificou uma estrutura criminosa organizada, com divisão clara de funções entre importadores, operadores logísticos, intermediários financeiros e comerciantes digitais. Também foram detectadas movimentações financeiras milionárias totalmente incompatíveis com a renda declarada dos envolvidos.
(Foto PF)