A morte de duas professoras em escolas públicas de Curitiba em menos de uma semana provocou um terremoto político na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Deputados da bancada de oposição articulam a exoneração do secretário estadual da Educação, Roni Miranda Vieira, por considerarem que o modelo de gestão adotado pela pasta tem relação direta com o adoecimento — e agora, com a morte — de educadores.
O clima é de tensão crescente no Palácio Iguaçu. A pressão pública se soma ao luto coletivo da comunidade escolar. A gota d’água foi o falecimento da professora Rosane Maria Bobato, nesta quinta-feira (5), dentro da sala de aula do Colégio Estadual Santa Gemma Galgani, em Curitiba, que teve sua gestão repassada a uma entidade privada neste ano. Dias antes, na sexta-feira (30), Silvaneide Monteiro Andrade, outra professora da rede, morreu após um infarto fulminante no Colégio Cívico-Militar Jayme Canet.
Arilson Chiorato aciona a Seed: “queremos nomes e metas”
Líder da oposição na ALEP, o deputado Arilson Chiorato (PT) protocolou um requerimento à Secretaria de Estado da Educação (Seed) exigindo detalhes sobre as metas que estavam sendo impostas às professoras falecidas, especialmente em reuniões pedagógicas de colégios militarizados ou terceirizados. “Queremos saber quem pressionou, como e com quais exigências”, disse Chiorato em plenário. O deputado também questiona o uso indiscriminado de plataformas digitais, como o “Escola Digital”, apontadas por docentes como ferramentas de controle, produtividade e punição. “A tecnologia virou instrumento de opressão em vez de apoio pedagógico”, resumiu.