Familiares de um adolescente de 16 anos, morto durante uma ação da Polícia Militar (PM), no Jardim Santiago, na região oeste de Londrina, se revoltaram com a situação ocorrida na noite do último sábado (15). A mãe do menino e outras mulheres gravaram um vídeo mostrando marcas de tiros de balas de borracha. Elas teriam sido atingidas durante um protesto organizado pela vizinhança.
A mulher ainda disse que o garoto estava feliz com o primeiro emprego e reafirmou que ele não tinha envolvimento com a criminalidade. Conforme relato da mãe, o jovem também nunca usou drogas. Um vídeo divulgado nas redes sociais, registrou o momento em que ela e outras mulheres mostram hematomas supostamente causados por disparos de borracha. Outros vídeos que circulam pela internet, apresentam os policiais usando balas de borracha e gás lacrimogênio para conter a revolta popular.
Nas redes sociais, uma gravação também mostra o jovem trabalhando no lava-rápido. Nas imagens, o proprietário ainda elogia o jovem pelo serviço prestado. O Projeto Ciranda da Paz, que atua com jovens da periferia de Londrina, também ressaltou o caso e publicou um pedido justiça.
O que diz a Polícia
A PM divulgou uma nota afirmando que os dois jovens, de 16 e 20 anos, foram mortos durante um confronto com uma equipe do CHOQUE. Segundo a polícia, os militares visualizaram um carro com as mesmas características de um veículo envolvido em furtos a residências. Na tentativa de abordagem, conforme relato da PM, houve reação por parte dos suspeitos, o que teria escalado para um confronto armado. Ainda segundo a polícia, os socorristas do SIATE foram acionados, mas os jovens morreram no local. A PM informou que o veículo e duas armas foram apreendidas.
Revolta e ônibus apedrejados
Após a ação policial, moradores dos bairros da região ficaram totalmente revoltados, alegando que os jovens não teriam envolvimento com práticas criminosas. Algumas pessoas seguiram até a Avenida Brasília, nas proximidades do Jardim Nossa Senhora da Paz, mais conhecido Bratac, onde iniciaram um protesto mais radical, queimando pneus e um sofá. Durante a ação, alguns manifestantes bloquearam a rodovia. Um vídeo divulgado pela PM registra o instante em que um grupo de homens abordam o motorista e apedrejam o veículo de transporte coletivo de uma empresa particular. O motorista e uma passageira ficaram levemente feridos com estilhaços de vidro. Já na noite deste domingo (16), outro ônibus de uma empresa particular também foi atacado por manifestantes. O coletivo que fazia a linha São Paulo – Maringá, foi surpreendido por populares que atiraram pedras no veículo. Dois passageiros ficaram feridos nesta segunda ação.
Os atos de vandalismo são investigados pela polícia.