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24 de maio -
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Casal de Apucarana é destaque em revista Marie Claire ao contar “vida sexual”

Casal de Apucarana é destaque em revista Marie Claire ao contar “vida sexual”

Casal virou um fenômeno nas redes sociais ao gravar conteúdo adulto

 

 

A paixão entre Ary e Luiz começou no ano de 2019, em Apucarana, no interior do Paraná. Logo no início, ela, veterinária, precisou lidar com uma revelação inesperada: ele era bissexual. Aos poucos, com diálogo e respeito, decidiu ao lado dele viver novas experiências. Aqui, Ary conta como, depois da vida virada de cabeça para baixo, eles se tornaram um dos casais mais afamados na criação de conteúdo adulto no Brasil.

 

“Eu sou a Ary e formo, com meu marido Luiz, o ‘Casal Luar’, nome que usamos nas plataformas de conteúdo adulto. Nos conhecemos em 2019, em Apucarana, cidade de pouco mais de 130 mil habitantes no Norte do Paraná. Eu era estudante de veterinária e ele dono de um pet shop. Lembro como se fosse hoje: fui encarregada de levar a cachorrinha da minha prima para tomar banho. Assim que cheguei, o vi. Ele era gatinho, forte, alto e atencioso. Fiquei interessada e logo consegui o contato. Começamos a conversar, só que na época ele namorava e a gente só saiu pela primeira vez quando ele terminou, uns dois meses depois. O começo do relacionamento foi intenso, nos demos bem de cara. Então veio o isolamento da pandemia e tive medo de perdemos contato, então fomos morar juntos. Em pouco tempo, estávamos praticamente casados.

 

Um dia, o celular dele pifou. Como sou mais esperta para essas coisas, peguei o aparelho para formatar. No meio do processo, apareceram fotos do Luiz, todas muito íntimas. Fiquei em choque: eram fotos explícitas e conversas com outros homens. Minha primeira reação foi ficar muito assustada. Imaginei que estava sendo enganada, que ele, na verdade, era gay e que estava me usando. Ele me disse que era bissexual, que sentia desejo igual por homens e mulheres e pediu para eu lembrar como ele me desejava nos nossos momentos a dois. Foi quando parei e pensei que estava sendo preconceituosa, já que também era bissexual – no passado, tive experiências tanto com outros casais como com mulheres. Conversamos muito naquele dia e algo mudou. Essa intimidade entre a gente fortaleceu nossa relação e aumentou o nosso desejo.

 

Depois da briga, fizemos amor bem gostoso, como reconciliação. Nos dias seguintes, começamos a pensar em experimentar novas práticas. Foi quando sugeri que a gente fosse a uma casa de swing. Só que não sabíamos como começar e nem em qual lugar ir. Tentamos aplicativos, sites, tivemos uma experiência com um rapaz solteiro… até que finalmente entramos nesse mundo. Apesar de algumas experiências confusas, foi legal e decidimos seguir experimentando. Nessa época, rolou algo muito difícil: a primeira vez que eu o vi com outro homem. Por mais que eu já soubesse que ele gostava, nunca tinha visto dois homens juntos. Foi estranho. Eu olhei e o vi ali no ato, tenho certeza que fiz uma cara de espanto. Ficou até um clima estranho em casa no dia seguinte, mas sentamos e conversamos sobre o que tinha rolado. Com o tempo, muito diálogo e respeito, fomos normalizando. A gente gosta de conversar, saber como o outro se sentiu, entender se passamos de algum limite durante nossas aventuras. Essa conversa é sempre importante e até aumenta a nossa libido. Dá tesão e geralmente rola até uma namoradinha depois. Eu sempre digo que isso é o mais gostoso. Transar com outras pessoas é ótimo, mas aquele amorzinho, aquele chamego, dormir de conchinha, só com ele. Na época das nossas primeiras experiências, eu estava terminando meu curso de veterinária. Foi quando passamos a trabalhar juntos. Comecei a ajudar no pet shop que o Luiz cuidava e nossa relação foi ficando cada vez mais íntima. Trabalhávamos nos dias úteis e, nos finais de semana, a gente encontrava os amigos nas casas de swing. Muitos vão se surpreender, mas as pessoas que conhecemos lá são acolhedoras. Já fui à festa de aniversário do filho de um amigo que conheci lá.

 

Para frequentar essas casas, a gente precisava ir até cidades vizinhas, já que em Apucarana não havia nada do tipo. Algumas vezes, chegamos a encontrar outros moradores da nossa cidade, gente que já conhecíamos há anos. Teve uma vez que um amigo nosso estava lá, alguém que meu marido conhece desde criança. É estranho você ver ele com a mulher do amigo, mas na hora não pensamos muito nisso. É gostoso esse jogo. Naquela época, a gente tinha medo do preconceito das pessoas. Como éramos donos de um negócio, eu tinha ciência que, caso as pessoas soubessem das nossas aventuras, poderiam nos rejeitar. Meu medo acabou se concretizando e nossa vida virou de cabeça para baixo. É que numa dessas idas a uma casa de swing, gravamos um vídeo com um conhecido que já produzia conteúdo adulto. Ele convenceu a gente, disse que faríamos sucesso, isso se um dia a gente pensasse em vender vídeos íntimos. Ficamos empolgados e curiosos. Criei uma conta em uma dessas plataformas e a gente começou a publicar vídeos curtos, mas nada que mostrasse o rosto. Eu mesmo editava as gravações. Fiz um perfil nas redes, mas a gente não levava muito a sério, era mais uma brincadeira nossa.

 

Só que, um dia, alguém reconheceu a gente e publicou uma montagem. Essa pessoa jogou a gravação em uma página de vendas de carros usados da nossa cidade. Foi um escândalo. Apucarana toda viu e só se falava disso. As pessoas nos olhavam estranho na rua, perdemos clientes, mas também ganhamos outros, já que muitos ficavam curiosos. A gente estava disposto a continuar vivendo normalmente, mas a dona do prédio que a gente alugava para o pet shop pediu o imóvel de volta. Sentimos na pele como as pessoas são preconceituosas e conservadoras. Um dia, fui devolver um cachorro de uma cliente e fui encarada por um grupo de homens, todos me julgando. Foi a gota d’água. Ali, batemos o martelo: vamos nos mudar. Quando a gente estava planejando a mudança, uma tia contou para minha mãe sobre os vídeos. Foi uma confusão. Eu sentei e conversei com ela, com meu pai. Foi tenso. Hoje, ninguém fala sobre isso. Ainda temos uma ótima relação, os visito todos os anos, mas fizemos um voto de silêncio. Nessa época, também começamos a ganhar seguidores nos nossos perfis adultos. Não era nada que fosse suficiente para se sustentar, mas a gente percebeu que algo poderia rolar. Quando deixamos Apucarana, fomos para Curitiba. Foi quando nosso dinheiro acabou. Passamos muita dificuldade, moramos na casa de parentes. A gente dormia em colchão furado até conseguir a nossa casa, o nosso espaço. Era nós dois, nossos quatro cachorros e dois gatos, todos procurando um lugar para construir uma nova vida. Pensamos em montar outro negócio, mas fomos novamente surpreendidos pelo destino.

 

Do nada, um vídeo nosso viralizou. Era algo bem íntimo, gravado ao acaso. Naquele dia, entrei no quarto e meu marido estava usando um vibrador. Gravei o momento e publiquei. Foi um estouro. Em 24 horas, ganhamos 4 mil assinantes. No dia seguinte, mais 5 mil. Foi quando decidimos viver de conteúdo adulto. Nessa época, começamos a vir para São Paulo, principalmente para gravar conteúdos, fazer parcerias, colaborar com outros criadores. Eram muitas idas e vindas. Só há seis meses decidimos bancar essa vida e nos mudamos definitivamente para São Paulo, onde fomos muito bem recebidos. Aqui, nada de perrengues: estamos ganhando um bom dinheiro e não precisamos nem pegar metrô, ônibus. Nossa vida está voando. Agora, viramos profissionais. Criamos um fluxo de gravação para não decepcionar nossos assinantes. Ainda assim, não deixamos que a criação de conteúdo seja impessoal. A gente gosta que seja legal para todos. O ideal, para a gente, é que as pessoas venham aqui em casa, tomem um vinho, conversem. É mais gostoso, flui melhor e deixa os vídeos mais naturais, mais gostosos de assistir. No dia a dia, é muito trabalho. Tem conteúdo para as redes sociais, cortes para atrair novos assinantes e os vídeos mais longos que editamos, pelo menos três por semana. As pessoas acham que é fácil, que é só diversão. Claro que a gente ainda tem os nossos momentos, sem câmeras. Fazemos churrascos aqui em casa, só para convidados. Ocasionalmente, ainda arrastamos um rapaz ou uma mulher para a nossa intimidade. É algo só nosso.

 

Sou muito feliz de ter encontrado o Luiz. São 6 anos juntos, muitas histórias. Ele é meu melhor amigo e eu sou a melhor amiga dele. Tudo o que passamos, enfrentamos juntos, poucos casais passaram. Tem mulher que não sabe o que o parceiro gosta, nem a comida preferida. Aqui, não tem isso, não tem segredos. Ele é uma pessoa que agrega, atenciosa, carinhosa. Conversamos sobre tudo, resolvemos os problemas e seguimos – com amor e tesão pela vida.”

 

Foto: Redes Sociais reprodução

 

(Texto Por  Gustavo Assumpção)

Fonte: AN Notícias com Marie Claire 

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